14ª Prevensul reunirá em Porto Alegre empresas e profissionais das áreas de emergência e segurança do trabalho

07/06/2011 12:39

O Centro de Convenções da PUC, em Porto Alegre, sediará no dia 08 de junho (quarta-feira), a 10 de junho (sexta-feira), a 14ª Prevensul – Feira e Seminário de Saúde, Segurança do Trabalho e Emergência. O evento, que reunirá fabricantes de soluções e equipamentos para as áreas de Saúde e Segurança do Trabalho - SST e emergência, para receber profissionais dos três estados do Sul, deverá atrair em torno de 12.000 visitantes.

Além da feira com exposição das novidades do setor, a Prevensul tem como característica mais importante a programação paralela, com 26 eventos técnicos, sendo 17 cursos e workshops, além de nove seminários, jornadas e encontros para os profissionais das duas áreas, muitos totalmente gratuitos.

Entre os eventos paralelos à feira, estarão o 14o Seminário de Saúde, Segurança do Trabalho e Emergência, Encontro Sulbrasileiro de Voluntários em Emergências, Encontro Gaúcho de Planos de Auxílio Mútuo - PAMs, Mercofire - 10º Seminário de Segurança contra Incêndio do Mercosul, 2a Jornada Sulbrasileira de Atendimento Pré-Hospitalar, Encontro Sulbrasileiro dos Profissionais de Emergência e 16o Encontro Estadual dos Técnicos de Segurança do Trabalho do Rio Grande do Sul,

Na sexta-feira, ultimo dia do evento, será realizado o Seminário Nacional NR 12, com todas as informações sobre as mudanças de texto da norma de proteção para máquinas e equipamentos

A Prevensul acontece desta quarta 8 a sexta 10 de junho, com horário de visitação das 12h às 18h30min. A entrada é gratuita.

Demonstração de salvamento em acidente com multiplas vítimas- Um dos eventos paralelos à Prevensul será a 2ª Jornada Sulbrasileira de Atendimento Pré-Hospitalar, que reunirá profissionais dos serviços de emergência dos municípios de todo o Rio Grande do Sul, em um dia inteiro de workshop, com palestras de atualização de protocolos de atendimento de diferentes tipos de emergências, entre outros assuntos.

Os organizadores promoverão no início da tarde de quinta-feira, 9 de junho, no intervalo do encontro, uma simulação de atendimento a um acidente com múltiplas vítimas.

O grupo simulará um acidente com desmoronamento de arquibancada, que resultará em 20 feridos. Utilizando-se de ambulâncias e de equipamentos de última geração, as equipes farão o atendimento no local, distribuindo as vítimas pela gravidade dos ferimentos, de forma que os médicos possam fazer o atendimento priorizando os feridos mais graves. A idéia é mostrar aos visitantes da feira a prática do atendimento de emergência. Ao mesmo tempo em que fazem demonstração, os participantes já estão fazendo um treinamento com o uso de normas de atendimento de emergências.

Acidentes de trabalho no RS crescem mais que a média nacional- O número de acidentes de trabalho no Rio Grande do Sul entre a década de 90 e os anos 2000 cresceu três vezes mais do que a média nacional, passando de 362.550 para 463.027. Isto equivale a um aumento de 27,71%, contra 8,74% no mesmo período no restante do Brasil. É bom lembrar que a Previdência inexplicavelmente deixou de contar os acidentes e mortes de trabalhadores gaúchos no ano de 1995, mas mesmo sem considerar este “esquecimento histórico”, a média gaúcha ainda supera em quase o dobro o crescimento de acidentes no país entre as duas décadas: 14,94% contra 8,74%. Se for comparado o ano de 2009 (últimos dados disponíveis) com a média da década de 90, o percentual fica em 52,26%, pois nos anos 90 foram registrados 40.283 acidentes por ano enquanto que em 2009 o número saltou para 61.335.

Mortes-Por outro lado, os números de mortes no trabalho tiveram uma redução no Estado bem maior do que a média nacional. Enquanto o Rio Grande do Sul reduziu em 59,73% suas mortes na comparação entre as duas décadas, a médica nacional caiu 28,54%. Estas estatísticas revelam que a gravidade dos acidentes tem diminuído, apesar do incremento nos registros. Na década de 90 a média de mortes ao ano era 362. Nos anos 2000 esta média caiu para 146 e em 2009, últimos dados disponíveis, para 130 mortes.

As causas para o aumento no registro de acidentes estão ligadas ao crescimento da economia e à entrada no mercado formal de trabalho de novos trabalhadores, além da mudança adotada pela Previdência Social no Nexo Técnico Epidemiológico, que passou a considerar como acidentes de trabalho benefícios que até então não eram considerados. A média de trabalhadores cresceu 27,0% de uma década para outra, acima dos 14,94% de aumento nos casos de acidentes. Entretanto o Rio Grande do Sul continua com o segundo pior desempenho nacional na acidentalidade, com uma média de 2.061 acidentes para cada 100.000 trabalhadores. Em 2009 este índice foi de 2.357 trabalhadores, só sendo superado por Santa Catarina, com 2.698 acidentes para cada grupo de 100.000 trabalhadores. Apesar de apontar para um índice altamente negativo, a realidade pode ser outra. Para Alexandre Gusmão, especialista na área, a realidade é diferente do que apresentam os números da Previdência. Sabe-se que hoje ainda é alta a sub notificação de acidentes de trabalho pelas empresas e não parece ser coincidência que a incidência maior de acidentes aconteça exatamente em áreas onde a ação dos sindicatos e órgãos de fiscalização seja mais eficiente. Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, São Paulo e Paraná, pela ordem, lideram esta estatística. O melhor desempenho nesta estatística seria do estado do Amapá, com apenas 686 acidentes para cada 100 mil trabalhadores, um índice melhor que o americano, que é de 800 ou o da Alemanha, onde ocorrem 2.600 acidentes. “É óbvio que as condições de trabalho nos Estados Unidos ou na Alemanha são muito melhores que as do Amapá. O que existe é falta de controle dos acidentes na maioria dos estados brasileiros”, explica Gusmão

Acidentes por setores- O maior causador de mortes e acidentes de trabalho no Rio Grande do Sul tem sido a indústria da transformação, que acumula o maior número de trabalhadores. Foram registrados em 2009 um total de 21.333 acidentes e 66 mortes entre os 592.155 trabalhadores. Mas a maior mortalidade ocorreu no setor de extração mineral, com 52 mortes para cada 100 mil trabalhadores. A média no Brasil é de seis e no RS, cinco mortes para cada 100 mil trabalhadores.

Já o setor que registrou maior número de acidentes proporcionais ao número de trabalhadores foi o de Água, Esgoto e Resíduos, com 8.824 acidentes registrados para cada 100.000 trabalhadores, atingindo praticamente 9% dos trabalhadores somente num ano.

 

Fonte: Portal Fator Brasil