Belém registrou 11 acidentes fatais no trabalho
Um trabalhador é morto a cada quinze segundos, seis mil por dia e dois milhões por ano em todo o mundo vítimas de doenças e acidentes de trabalho, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Somente em 2009, 723.452 acidentes de trabalho foram registrados no Brasil, segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social.
Assuntos como este estão em debate desde ontem no II Encontro Estadual em Saúde do Trabalhador. No evento - que ocorre até hoje - são planejadas ações de implementação da política de saúde do trabalhador no Estado. “Temos um contingente grande de mão de obra e sabemos dos impactos nos processos produtivos, como doenças e acidentes de trabalho, alguns graves e com mutilações”, afirma Sônia Bahia, coordenadora do Centro de Referência Estadual de Saúde do Trabalhador (Cerest) .
Dados do Cerest, conforme o Dataprev, apontam que o Pará registrou, em 2009, 11.934 acidentes de trabalho. Já foram contabilizados pelo Cerest este ano 11 acidentes fatais com trabalhadores somente na grande Belém. “Tivemos a queda do edifício Real Class, no início do ano, onde dois trabalhadores morreram”, exemplifica a coordenadora.
Entre as doenças registradas frequentemente pelos trabalhadores, Sônia destaca a Lesão por Esforço Repetitivo (LER), doenças pulmonares e até mesmo transtornos mentais. “A incidência maior dos acidentes ainda é na região metropolitana. No trabalhador do campo temos incidência de problemas de saúde por conta de agrotóxicos”, diz Sônia.
Segundo os dados do Cerest, foram registrados 672 casos entre 2008 e 2010, caso se considere o quantitativo de notificações compulsórias identificadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Entre estes casos, o agravo mais incidente foi acidente com material biológico, com 58,48% das notificações no Estado, seguido de Intoxicação Exógena com 35,12% dos casos. (Diário do Pará)
NÚMEROS DE ACIDENTES DE TRABALHO NO PARÁ
-Em 2009, o Pará registrou 11.934 acidentes de trabalho;
- A maioria foi de acidentes típicos com Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT), representando 66% do total;
- Acidentes sem CAT registrada representaram 23%;
- Acidentes de trajeto com CAT representaram 9%
- Doença relacionada ao trabalho com CAT registrada representaram 2%.
(Fonte: Cerest)