Em nota, Consórcio Maracanã crê que adesão à greve não é generalizada
Com representantes presentes à passeata dos operários das obras do Maracanã, o consórcio responsável pela reforma do estádio divulgou que não acredita em adesão majoritária à greve (menos de 10%, diz o texto), que já atingiu 13 dias. Em nota oficial enviada à imprensa - único meio de comunicação das empresas contratadas -, o cumprimento à risca do acordo também foi reiterado e as críticas à maneira como o sindicato está conduzindo o caso cresceram.
Quanto ao número de pessoas na manifestação da manhã desta terça-feira, a reportagem do GLOBOESPORTE.COM identificou cerca de 400. Sabe-se que o trabalho reúne por volta de 2.200 assalariados, o que representaria um pouco menos do que 20%, na realidade.
O Consórcio Maracanã Rio 2014 ainda destaca que, quanto às reclamações de falta de segurança e má condição da alimentação oferecida, vistorias dos órgãos autorizados já foram feitas e não constataram nenhuma irregularidade. Além disso, indica que não vê chance de acordo diante da postura tomada como radical do operiado. O julgamento será o caminho.
Confira abaixo o texto completo:
"O número de operários que participaram hoje de protesto em frente ao Maracanã corresponde a menos de 10% dos trabalhadores que atuam na reforma do estádio. A manifestação é uma tentativa do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Pesada Intermunicipal do Rio de Janeiro de demonstrar que o movimento tem apoio massivo dos funcionários, o que, pela quantidade de manifestantes, evidencia-se não ser verdadeiro.
O Consórcio Maracanã Rio 2014 reitera que se colocou inteiramente à disposição dos trabalhadores para negociações, tendo sido instalado, após a paralisação anterior, um grupo integrado por representantes dos trabalhadores e do Consórcio para discutir a viabilidade da implantação de novos benefícios.
O Consórcio ressalta ainda que estão sendo cumpridos todos os itens acordados no dia 21 de agosto com o Sindicato dos Trabalhadores, sendo os principais:
1. Aumento, a partir de 1º de setembro, do valor da cesta básica de R$ 110 para R$ 160.
Este benefício é pago com base no mês trabalhado, ou seja, os trabalhadores receberiam a cesta básica com novo valor junto com o salário do mês de setembro, sendo um incentivo à frequência ao trabalho.
2. Plano de saúde individual para os trabalhadores (titulares), também a partir de 1º de setembro. O plano foi contratado pelo Consórcio, mas o preenchimento da documentação de adesão pelos trabalhadores seria feita a partir de 1º de setembro, o que não ocorreu, já que os operários iniciaram nesta data a paralisação.
3. Abono dos dias parados (17, 18 e 19 de agosto), sem desconto nos benefícios dos trabalhadores, o que foi integralmente pago no último dia 31 de agosto.
Todos esses itens foram homologados durante audiência no Tribunal Regional do Trabalho realizada no dia 22 de agosto.
Sobre a qualidade da alimentação, outro item da pauta de reivindicações do Sindicato, o Consórcio destaca que técnicos da Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses, órgão da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil, fizeram no dia 02 de setembro, uma visita surpresa ao refeitório e à cozinha do canteiro de obras do estádio do Maracanã. Segundo relatório apresentado pelos técnicos ao final da vistoria, nenhuma irregularidade foi encontrada com a comida ou sua manipulação.
A respeito das queixas quanto à segurança do trabalho, o Consórcio informa que, desde o início das obras, em agosto de 2010, foram feitas nove fiscalizações pela Secretaria Regional de Trabalho e Emprego, órgão do Ministério do Trabalho e Emprego. Nenhuma irregularidade foi constatada e não foi lavrado nenhum auto de infração. Existe um Plano de Segurança do Trabalho, que é cumprido à risca no canteiro de obras e atividades complementares. Além disso, há equipe médica de plantão para atendimento aos trabalhadores e uma ambulância com UTI móvel no local.
Visto que todas as reivindicações dos trabalhadores estão sendo atendidas, o Consórcio entende não haver motivo para a atual paralisação, estando o assunto agora entregue à Justiça. Cabe ao Consórcio Maracanã Rio 2014 aguardar a decisão judicial."