Fogo destrói área equivalente a 2 mil campos de futebol em MG
Os incêndios nas áreas de preservação federais e estaduais já provocaram a destruição de 21.443 hectares de mata de proteção integrada desde o começo deste ano em Minas Gerais, área equivalente a 2 mil campos de futebol ou dois terços do município de Belo Horizonte, que tem 330 km². Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, as áreas de preservação ambiental do Estado de Minas Gerais, denominadas Unidades de Conservação Estadual (UC), estão sofrendo com a estiagem que já dura mais de 100 dias nas principais regiões mineiras.
De acordo com a direção de Combate a Incêndios Florestais, 76% ou 222 do total de 289 das unidades de preservação estadual foram atingidas por incêndios desde o começo deste ano. Segundo a diretora Zenilde das Graças Viola, as áreas de maior incidência de focos de incêndio florestal se concentram na região norte do Estado e nas proximidades dos grandes centros urbanos.
"Nas áreas mais críticas da região norte temos dificuldades para combater as chamas. O tempo seco, problemas de acesso, como está acontecendo no Caraça, dificulta o trabalho dos brigadistas. Já nas grandes cidades, o incêndio começa a partir de uma queima que perdeu o controle", disse ela. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 19 áreas de preservação ambiental em parques nacionais foram atingidas por incêndios desde o começo do ano.
Dentre as unidades de conservação federais monitoradas pelo ICMBio, a Serra do Cipó e a Serra da Canastra, situadas em Minas Gerais, também sofreram com as queimadas, mas o fogo em ambos os locais já foi controlado. Ao todo, 322.865 hectares de mata protegida foram queimados. As serras do Cipó e Canastra tiveram 2.230 e 15.121 hectares destruídos, respectivamente.
Recentemente, grandes áreas de preservação mineiras foram atingidas. A Serra do Curral, um dos cartões postais de Belo Horizonte, teve a vegetação parcialmente destruída. Segundo o Corpo de Bombeiros, 1.000 m² próximos a residências do bairro Mangabeiras foram queimadas. Outra mata de preservação atingida pelas chamas no final da semana passada foi a Serra do do Caraça, na região central do Estado. O santuário do Caraça teve que ser fechado para visitação.
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente de Minas, 4.092,57 hectares de vegetação preservadas foram destruídos desde o começo deste ano em todas as unidades de conservação estadual. Segundo o Corpo de Bombeiros, 2.474 ocorrências em lotes vagos e vegetações foram atendidas em Belo Horizonte e região metropolitana somente no período de 17 de agosto a 12 de setembro deste ano.