Metalúrgico acidentado na Latasa tem perna amputada e permanece na UTI
Os trabalhadores da Aleris Latasa Reciclagem, que pertence ao grupo Inbra Metais, se mobilizaram na manhã dessa quinta-feira, dia 24, em protesto contra a falta de segurança na empresa.
No último dia 18, um grave acidente provocou a amputação de uma das pernas de um funcionário. Ele permanece em estado grave na UTI. Não corre risco de morte.
Segundo análise preliminar, o metalúrgico, de 28 anos, se feriu no momento em que tentava destravar o rolo triturador de sucata, tendo sofrido sérias lesões na perna, que precisou ser amputada, e também quebrou um dos braços, com fratura exposta.
Na segunda-feira, dia 21, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba esteve na empresa juntamente com técnicos do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador). O relatório inicial apontou que o sensor de segurança que desliga o rolo triturador quando a porta de acesso é aberta não estava funcionando, há mais de um mês, e um ‘jumper’ havia sido colocado para que a máquina continuasse em atividade.
O presidente do sindicato, Romeu Martins, criticou a postura da direção da empresa em ignorar as normas de segurança. “Analisando a situação, fica claro que a empresa sabia que a máquina estava com problema e que havia uma forma de burlar o sistema de segurança dela. A fábrica nunca vai admitir que isso foi orientação da chefia para não parar a produção. Hoje o sensor está consertado, mas poderia ter evitado esse acidente. Estamos acompanhando o caso de perto, dando apoio para a família e queremos ver o laudo pericial o quanto antes”, ressaltou.
Outro grave problema encontrado foi a falta de ambulância na fábrica. Enquanto aguardava o resgate, o metalúrgico perdeu muito sangue, o que aumentou o seu risco de vir a óbito. Felizmente, ele resistiu, mas não teve condições de fazer as cirurgias da perna e do braço no mesmo dia, o que retardou a sua recuperação. Ele amputou a perna no dia 18 e estava com a cirurgia do braço marcada para quinta, dia 24.
O acidente ocorreu três dias antes de começar a Sipat (Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho). Na porta da fábrica, a faixa do evento diz “Quando a segurança do trabalho é prioridade, o acidente não acontece”.
“Pelo visto, a empresa tem bem definido o que é prioridade para ela, e infelizmente, não é a segurança”, concluiu Romeu.
A Latasa Reciclagem emprega cerca de 100 funcionários na fabricação de chapas de alumínio para produção de latas.
Fonte: Vila News