Ministério do Trabalho libera obra embargada após morte de pedreiro

24/09/2011 14:54

As obras da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Ponte do Caixão, em Piracicaba, onde um operário morreu no dia 13 de setembro, foram liberadas e voltaram a funcionar nesta sexta-feira (23). As atividades no local estavam suspensas por determinação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que encontrou 42 irregularidades no local após o acidente fatal.

O gerente regional do MTE, Antenor Varolla, informou que, no início da semana, foi feita uma vistoria na obra de responsabilidade do Consórcio COM Engenharia/Cesb, contratado pela prefeitura. Nesta primeira vistoria, parte das irregularidades haviam sido corrigidas e a obra foi parcialmente liberada. Na quinta-feira (23) uma segunda vistoria certificou que o restante das infrações também haviam sido acertadas pela empresa e, com isso, os trabalhadores voltaram à ativa nesta sexta.

MTE se reúne com prefeitura para cobrar ações preventivas
Varolla contou, ainda, que se reuniu nesta sexta com o secretário de obras do município, Arthur Ribeiro Neto, para solicitar que a administração se antecipe ao ministério e fiscalize as obras públicas no sentido de evitar que acidentes como o que matou o pedreiro Francisco Machado Gregório, de 34 anos.

O gerente informou também que está prevista para o próximo mês uma segunda reunião com membros do Executivo para reforçar este pedido. Com relação à obra da ETE, Varolla informou que será aberto um procedimento de investigação do ministério, que tem um prazo de cinco meses para produzir um relatório sobre o caso e realizar as autuações para o consórcio, que podem chegar a R$ 150 mil.

 

Recorrente
Segundo o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), até setembro de 2011,  foram registrados 6.617 acidentes de trabalho em Piracicaba, 11 deles com morte e 116 com consequências graves, como cegueira e amputação.
Gregório morreu enquanto autoridades da prefeitura, Ministério Público, Ministério do Trabalho, vereadores e empreiteiros se reuniam na Câmara para debater soluções para este problema na cidade.

Na ocasião, o procurador do município, Milton Sérgio Bissoli, apresentou projeto de lei elaborado pela administração em parceria com o Ministério Público do Trabalho que, se aprovado, obriga a prefeitura a exigir de empresas vencedoras de processos de licitação documentos que comprovem seu cuidado com segurança dos trabalhadores.

Além disso, o projeto, que ainda não foi votado pela Câmara de Vereadores, aperta a fiscalização contra empreiteiras envolvidas com obras da iniciativa privada no município.

Fonte: EPTV