MPT inspeciona obra da City Lar em Alta Floresta onde ocorreu acidente fatal
28/09/2011 17:46
O Ministério Público do Trabalho em Alta Floresta inspecionou, nesta terça-feira, dia 27, o canteiro de obra em que se acidentara no dia 16 de setembro o mestre de obras Ney Silva, 50 anos, e que faleceu, por traumatismo craniano, no dia 24 de setembro, em UTI de Hospital de Várzea Grande.
Segundo relato do acidente, a vítima, mestre de obras da empresa Construtora NDS, que presta serviço de reforma e ampliação do estabelecimento da empresa CITY LAR, caiu em um vão da escada de acesso ao segundo piso, e bateu a cabeça em um dos degraus. Pelo que se apurou, inicialmente, a escada não tinha proteção e o trabalhador não utilizava, no momento, nenhum equipamento de proteção e segurança.
Socorrido pelo Corpo de Bombeiros de Alta Floresta, o operário, ainda com vida, foi levado ao hospital público municipal e, em seguida, transferido para Várzea Grande, ante a necessidade de uma UTI.
O Ministério Público do Trabalho, após tomar ciência do fato, por intermédio dos sites de notícia no dia 24 de setembro, sábado, logo no primeiro dia útil seguinte, instaurou procedimento investigatório a fim de se apurar o acidente e a responsabilidade sobre o ocorrido.
Falta de consciência sobre a utilização de equipamentos de proteção e segurança tem sido a maior causa de morte e de lesões na construção civil em Mato Grosso.
O acidente e a morte, mais do que um drama familiar, retrata o descaso com que algumas empresas de construção civil lidam com vida humana, em que pesem as constantes ações promovidas pelo Ministério Público do Trabalho em Alta Floresta, lembrou o procurador do Trabalho, Jefferson Luiz Maciel Rodrigues.
No caso, pelo que se apurou até então, o trabalhador acidentado era quem comandava as obras da empresa NDS Construtora, cujo proprietário é um dos seus filhos, conforme depoimento prestado pelo gerente da empresa CITY LAR ao MPT.
Nos últimos anos o MPT não vem medindo esforços para mudar essa realidade em Alta Floresta. Inspeções, audiências públicas e até cursos sobre a necessidade de utilização de equipamentos na construção civil têm sido realizados na região. No início deste mês, por atuação do MPT/MT, foi promovido um curso de prevenção em segurança e medicina do trabalho naquele município, sem custo algum para os trabalhadores.
Contudo, a falta de percepção de alguns empresários de que acidente na construção civil não é mera fatalidade e sim, no mínimo, negligência, tem dificultado a mudança, para melhor, desta verdadeira tragédia social, destacou o procurador do Trabalho, Jefferson Rodrigues.
Segundo, ainda, o procurador do Trabalho, “o MPT não vai medir esforços para mudar essa realidade, inclusive com a intensificação de suas ações e a atuação enérgica junto às empresas que insistirem na postura de não observarem as normas de proteção e segurança. A mudança, para melhor, de uma sociedade perpassa pelo comprometimento de cada empresa, de cada cidadão. O exercício da cidadania, portanto, não se resume em atribuir à inação dos poderes públicos a razão para as nossas mazelas sociais. É necessário que cada um faça a sua parte, denunciando, cumprindo a lei e, sobretudo, refletindo sobre seus atos, suas ações”, enfatizou.
Fonte: 24 Horas News