Operação flagra 14 irregularidades na jornada de trabalho de caminhoneiros em SP
Uma operação do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Rodoviária de Araraquara fez 14 flagrantes de irregularidades na jornada de trabalho de motoristas de caminhão na Rodovia Washington Luís, desde quinta-feira (15).
Na madrugada desta sexta-feira (16), a reportagem da EPTV acompanhou a fiscalização. Os policiais paravam os motoristas para verificar o registro dos tacógrafos e saber quanto tempo o caminhão estava rodando.
O motorista José Valter Barbosa transporta madeira e viajava há 18 horas. Ele disse que a longa jornada era para adiantar a entrega e que já está acostumado com o ritmo. “Eu ia parar a hora que desse sono. Eu tenho 40 anos nessa vida e nunca tive problema”, disse.
O tenente da Polícia Rodoviária, Nelson Carrijo Júnior, explica que o motorista perde o poder de reação quando dirige por muito tempo e que é comum flagrar motoristas que ficam horas sem dormir. “Eles têm a demanda de serviço muito grande então eles não param para descanso e, quando vê, acabam dormindo no volante e provocando o acidente”.
Nos dois dias de operação, foram fiscalizados 50 motoristas. Outra irregularidade comum são motoristas que trabalham para transportadoras e recebem por fora. As comissões não são registradas em carteira e os impostos não são recolhidos. Todas as empresas serão investigadas. “Serão chamadas para não mais proceder dessa forma e, se não fizerem, responderão a ação civil pública com pedidos de indenização coletivas, em valores consideráveis”, explicou o procurador do trabalho de Araraquara, Rafael Gomes.
Por lei, só é permitido trabalhar oito horas por dia, além de duas horas extras. A Polícia Rodoviária disse que o motorista que se envolver em um acidente pode responder na Justiça caso fique comprovado que ele dormiu ao volante ou usou drogas.
Acidente e droga
A fiscalização da polícia aumentou depois do acidente em que seis pessoas foram atropeladas e cinco morreram, após uma carreta invadir uma pista que estava sendo recapeada em setembro na Rodovia Anhanguera, em Ribeirão Preto. Na quinta-feira (15), a polícia divulgou o laudo do Insitituto Médico Legal (IML) que comprovou que o motorista utilizou cocaína e dirigiu por 17 horas sem parar.
Fonte: EPTV