O Planejamento e a Segurança nas Atividades de Manutenção Industrial

02/06/2016 21:51


 Conforme preconiza grande parte programas, manuais e padrões de execução de manutenção, a mesma sempre deve ser realizada observando os preceitos de SMS – Segurança, Saúde e Meio Ambiente. Apesar disso, temos visto frequentemente o aparecimento de desvios, incidentes e acidentes nas atividades ligadas a intervenções em equipamentos ou sistemas. Um dos principais motivos que influenciam na ocorrência de eventos não esperados está vinculada a falha ou até ausência de planejamento das atividades. Uma máxima bastante difundida na área empresarial é “não se gerencia bem aquilo que não se conhece bem. ”

Segundo a ABRAMAN – Associação Brasileira de Manutenção, em pesquisa realizada junto as empresas do ramo em 2013, aproximadamente 31% dos recursos aplicados na manutenção foram investidos em manutenções do tipo Corretiva. Este tipo de manutenção em sua maioria é feita sem um planejamento prévio e solicitada quando o equipamento encontra-se indisponível ou seja, quando ocorre sua quebra. Essa quebra pressiona fortemente os responsáveis da manutenção de modo a agir o quanto antes para que o mesmo seja colocado em funcionamento novamente, não sendo tomados os devidos cuidados quanto a segurança daqueles que vão realizar o serviço. Entre esses podemos citar os cuidados com os materiais e ferramentas que serão utilizadas; se haverá ou não a necessidade de movimentação de cargas; se o serviço envolve riscos específicos como circuitos elétricos, trabalho em altura, espaço confinado, etc.; se terá que haver proteção de partes móveis ou bloqueio de energias perigosas, se existe a possibilidade de haver sinistros como incêndios, explosões ou danos a outros equipamentos e meio ambiente, entre outras.

Importante deixar claro que desde da metade do século passado, que ocorreu a mudança do paradigma relacionado ao assunto, com a difusão outros métodos de gestão, como a Manutenção Preventiva, a Manutenção Preditiva e a Engenharia da Manutenção, que de uma forma ou de outra procuram antecipar os períodos aos quais a manutenção deverá ser feita, seja por monitoramento das falhas e/ou das condições de operação dos equipamentos, já havendo prévia preparação para a intervenção. Isso mostra que cada vez mais ferramentas como as Análises Preliminares de Risco – APR, as Ordens de Serviço de Manutenção – OSM e as Análises de Segurança da Tarefa – AST devem ser implantadas, independentemente do tempo que se tenha para realização da intervenção. Como sabemos, os custos vinculados a acidentes são altos e muitas vezes suas consequências são irreparáveis.

Autor: Paulo Renato Soares - Eng. Mecânico e de Segurança do Trabalho. Atua na gerência de SMS da Refinaria Abreu e Lima (Petrobras) em Pernambuco, além de realizar cursos e palestras em instituições de ensino e empresas na região. Acesse segvita.webnode.com.pt e fb.com/segvitasst para mais informações.