Resgatistas ainda sofrem com os efeitos do 11 de Setembro
Estados Unidos - Bombeiros e outros socorristas que trabalharam no resgate às vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001 e na limpeza dos escombros do WTC (World Trade Center), ainda lutam contra os riscos daquela data. Desta vez, as doenças são suas principais adversárias.
Um estudo feito pelo FDNY (Departamento de Bombeiros de Nova York, na sigla em inglês), em conjunto com a escola de pós-graduação Albert Einstein College of Medicine da Universidade Yeshiva e o Hospital Universitário Montefiore Medical Center, revela que as chances de esses profissionais desenvolverem câncer aumentaram em 20%. Os dados contrariam o último relatório oficial do governo, realizado em julho deste ano pelo Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional dos Estados Unidos, que afirmava não haver evidências de que a fumaça tóxica e a poeira dos escombros pudessem ter ligação com os índices de câncer.
Outros dados preocupantes foram publicados pela revista Lancet, baseados em estudos realizados por investigadores da Mount Sinai School of Medicine (MSSM - Nova York). As pesquisas feitas durante os nove anos seguintes ao desastre contaram com aproximadamente 27 mil resgatistas que trabalharam no resgate pós-atentado e apontam que 10% a 30% podem sofrer com doenças físicas e/ou mentais. Após o 11 de Setembro, cerca de 50 mil pessoas participaram das operações de emergência no Marco Zero (local onde se encontravam as Torres Gêmeas).
Além da exposição a substâncias prejudiciais à saúde, que acarretaram em altas incidências de sinusite, asma e refluxo gástrico, as equipes de resgate foram expostas a elevados níveis de estresse, causando transtornos mentais como o estresse pós-traumático e depressão.
De acordo com os estudos, de cada cinco pessoas que participaram do resgate, mais de um tinham vários dos problemas relatados.
Dados da MSSM:
- 27,6% sofrem de asma (a média antes do 11 de Setembro era de 10,5%)
- 42,3% têm sinusite
- 39,3% têm refluxo gástrico
- 27,5% sofrem de casos de depressão
- 31,9% têm estresse pós-traumático
*Com informações da MSSM