Segurança do trabalho vira campo profissional em expansão
12/09/2011 13:16
Conscientizar todos os empregados de uma empresa sobre a importância de seguir procedimentos seguros é a função principal do Técnico de Segurança. Com o surgimento desse profissional na década de 80, o número de acidentes vem despencando. Porém, ainda é necessário mais investimentos na área para zerar os números.
“O diferencial dessa profissão é que é obrigatória por uma norma regulamentadora. Se a empresa não cumprir, está sujeita a sanção”, afirma o coordenador do curso de Segurança no Trabalho e Meio Ambiente do Senac, Agnaldo Passaboni, referindo-se à Norma Regulamentadora (NR) 4, de 1983, que institui os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).
O SESMT formaliza e abre mais mercado para diversos profissionais, como o Técnico de Segurança, o Engenheiro de Segurança, Enfermeiros e Médicos do trabalho. O número de funcionários e o tipo de função dependem do grau de risco e do número total de empregados da empresa. Por exemplo, se a empresa tem risco grau 2 e de 501 a mil funcionários, precisa ter apenas um profissional da área.
Segundo Passaboni, a política de segurança é essencial. “Há um tempo as empresas enxergam a necessidade de praticar o discurso de segurança. Depois da certificação OHSAS – 18001, as empresas mantêm em seu quadro de funcionários mais técnicos do que são obrigadas”, afirma. A OHSAS é a sigla em inglês para Occupational Health and Safety Assessment Services - em português, Serviços de Avaliação de Saúde e Segurança Ocupacional.
A certificação permite que a empresa consiga controlar e melhorar o nível do desempenho da Saúde e Segurança do Trabalho por ela mesma estabelecido. Assim, tornando-se mais confiável perante clientes e investidores.
Na formação do técnico de segurança, a grade do curso é bem ampla. O técnico aprende sobre prevenção de acidentes, planos de contingência, combate a emergência, sistema de gestão e até controle de riscos ocupacionais. Com o mercado em constante crescimento, cada vez o profissional é mais essencial.
A profissão começou com o supervisor de segurança no trabalho. O curso durava alguns meses. Depois da norma, a profissão se regularizou e o curso começou a ter duração de 1 ano e meio.
Na Baixada Santista, os cursos têm preços variados. Algumas escolas como Senac, cobram por volta de R$ 300 por mês. Já para quem quer gratuidade, a Etec do Centro Paula Souza também possui o curso. Para fazer o curso é necessário ter Ensino Médio completo. São mais de 10 instituições que tem o curso em toda região.
Além do curso técnico, engenheiros e arquitetos também podem fazer pós na área. Passaboni garante que há diversas áreas, “depende onde ele quer atuar. Existem muitos cursos, como especialização portuária, meio ambiente, petróleo e entre outras”.
Bacharelado
De acordo com o diretor estadual do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho de São Paulo (Sintesp), Rogério Jesus Santos, desde 2009 tramita no Congresso um projeto de lei que regulamentaria o bacharelado em segurança no trabalho.
O Projeto já foi aprovado por uma das comissões permanentes. No momento, está parado desde abril na Comissão de Educação e Cultura (CEC) aguardando parecer.
O Sintesp é contra o projeto, já que conflita com as demais profissões existentes. Segundo Santos, a criação da nova profissão não melhoraria as questões do SESMT, apenas colocaria mais profissionais no mercado que não teriam onde trabalhar.
O Sindicato enviou recentemente um manifesto ao Congresso contra o Projeto de Lei n° 6.179, explicando que ocorrerá um conflito de competências.
(*) Alunas do 8º semestre de Jornalismo da UniSantos. Material produzido para a disciplina Laboratório de Jornalismo On-Line II, sob orientação dos professores Eduardo Cavalcanti, Eduardo Jahjah e Gil Menin.