Trabalho de resgate de soterrados em pedreira na Baixada Santista recomeça com implosão de 400 toneladas de rochas

14/04/2011 12:49

A equipe de resgate retomou os trabalhos nesta quinta-feira (14) para encontrar os trabalhadores Jucelino Mendonça de Souza, de 45 anos, e Walter Santana Holtz, de 49 anos, que estão soterrados nos escombros da pedreira da empresa Max Brita, localizada na área continental de Santos (SP).

A operação no local do acidente foi retomada hoje pela manhã, com o apoio da equipe de Bombeiros. Eles utilizam uma pá carregadeira, uma escavadeira hidráulica sob esteira e uma escavadeira com adaptador de rompedor de rochas. Além disso, a operação está sendo realizada com o auxílio de cães farejadores, próximo ao local do acidente.

Por volta das 10 horas, ocorreu a implosão de um grande bloco rochoso (com cerca de 400 toneladas), no topo do morro, onde ocorreu o deslizamento. Esse maciço dificultava os trabalhos de resgate e provocava insegurança no local. O objetivo é fazer o desmonte de terras e abrir o local próximo onde possivelmente estão às vítimas.

Em entrevista ao UOL Notícias, o coordenador da Defesa Civil de Santos, Ernesto Tabuchi, disse que podem ocorrer novas implosões na pedreira. Ele explicou que essa operação é necessária porque a dimensão dos blocos rochosos é superior à capacidade de movimentação das máquinas. 'O procedimento está sendo feito com todo o cuidado necessário para não piorar as condições de sobrevida das vítimas. O objetivo é diminuir os blocos, sem provocar qualquer deslocamento que possa trazer consequências aos dois trabalhadores soterrados.'

Tabuchi também informou que a equipe de resgate está avançando lentamente até o local onde possivelmente estão as vítimas. Tudo isso para garantir a segurança para os profissionais que atuam na operação.

Mesmo assim, a equipe terá que superar muitos obstáculos. Um levantamento feito pelos técnicos que atuam na área indica que o local do acidente acumula 50 mil  toneladas de material, entre rochas e terra. A vulnerabilidade do local e a provável ocorrência de chuvas também preocupam os técnicos que atuam no local. O corpo de Bombeiros informou, por meio de sua assessoria de Comunicação Social, que a equipe aguarda a orientação dos técnicos responsáveis pelo resgate para dar sequência aos trabalhos. Por enquanto, a situação segue indefinida.

Apesar de todas as dificuldades, a boa notícia é que houve um erro na previsão do tempo, que indicava a ocorrência de um novo temporal ontem à tarde. Como o tempo permaneceu seco, os trabalhos tiveram sequência normalmente.

Bolsão de ar

O desastre aconteceu por volta das 6 horas, da última terça-feira (12), quando um bloco de grandes proporções desmoronou, provocando um deslizamento de terra. Portanto, os trabalhadores permanecem no local há mais 50 horas.

Um provável bolsão de ar, que está sendo procurado por geólogos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), pode ser a esperança de encontrar os trabalhadores com vida. O trabalho de resgate conta com uma verdadeira força-tarefa, envolvendo duas equipes do corpo de bombeiros, técnicos do IPT e representantes da empresa.

 

Fonte: UOL Notícias