Zara recebeu 48 autos de infração

19/08/2011 13:37

Responsável por trazer a marca Zara para o Brasil, Pedro Janot afirmou que o flagrante foi um acidente

São Paulo. A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego aplicou 48 autos de infração trabalhistas à Zara por utilização de mão de obra em condições análogas à escravidão, que somados podem atingir o montante de R$ 1 milhão.

A Zara, no entanto, se recusou a fazer a anotação na carteira de trabalho dos 16 trabalhadores encontrados em oficinas contratadas para produzir para a rede e de pagar diretamente a multa de R$ 140 mil referente à rescisão dos contratos.

A SRTE aceitou o pedido da Zara para que a AHA, que foi a terceirizada responsável pela contratação das oficinas clandestinas, quitasse essas multas. Depois que as 48 autuações forem julgadas, primeiro pela STRE e depois pelo Ministério de Trabalho, a Zara pode ser incluída na lista suja de trabalho escravo do governo.

O cadastro, feito pelo Ministério do Trabalho e pela Secretaria de Direitos Humanos, é divulgado duas vezes por ano - a última versão foi publicada no fim de julho. As empresas cadastradas não podem obter financiamentos públicos, além de serem excluídas de negócios com outras companhias que assinaram o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil.

A Zara contratou o escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados, um dos maiores do país, para defendê-la.

Responsável por trazer a marca Zara para o Brasil, em 1998, o presidente da Azul Linhas Aéreas, Pedro Janot, afirmou que o flagrante de trabalho foi um acidente. "Conheço muito bem a história do grupo e eles são sérios e responsáveis", afirmou o executivo, que foi presidente da Zara no Brasil durante oito anos. "Eles mantêm milhares de contratos com fornecedores. Isso foi um acidente", completou.

Bahia

Na Bahia, dois trabalhadores foram flagrados em condições de trabalho escravo na região do Anel da Soja, no município de Riachão das Neves. A situação foi descoberta durante uma operação Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério do Trabalho e Emprego.

Fonte: Diário do Nordeste