5 Paradigmas sobre a Capacitação de Pessoal que Influenciam na Segurança dos Trabalhadores

02-06-2016 23:42

 

Imagine dois times de futebol: o time A possui uma gestão profissional, com departamento médico especializado, centro de treinamento e bons materiais para treino; já o time B, ao contrário do A, treina com materiais de segunda linha, não possui agenda organizada de treinos e ainda é gerido por um grupo que nada entende de futebol. Agora imagine um confronto entre os dois, em quem você apostaria? Da mesma forma, funciona a capacitação dos trabalhadores. Bem feita é uma aliada, mal feita apenas não passará de cumprimento norma ou de padrões. Abaixo elencamos alguns importantes paradigmas que observamos nas empresas relacionados ao assunto:

 

1. Não existência de treinamento formalizado para os empregados

Em grande parte das empresas, os funcionários possuem experiências, vivências e capacitações diversas conforme sua vida profissional. É dever da empresa realizar treinamento formalizado buscando nivelar conhecimentos, para atingir aquilo que ela deseja. Sem padronização cada funcionário fará da forma que lhe convir podendo surgir desvios, que certamente serão geradores de acidentes.

 

2. O levantamento das necessidades individuais não é sistematizado

Este ponto é complemento do anterior. Além de não universalizar os treinamentos, não são mensuradas as dificuldades que cada trabalhador possui. A empresa deve ter traçado um perfil mínimo de capacitação dentro daquilo que é obrigatório por lei, por padrões de execução ou pelo cliente. Talvez aquilo que o trabalhador tenha dificuldade de realizar possa ser o causador de um problema indesejável durante sua jornada.

 

3. O planejamento de treinamento (quando existe) não é cumprido

Esse paradigma é clássico. Quais os motivos? “Essa não é nossa prioridade no momento”, “Esse treinamento vai sair muito caro”, “Não temos tempo para tirar o pessoal das suas atividades.”, etc. E assim o treinamento sequer iniciado, quanto mais concluído. Quando acontece o indesejável (para não dizer o esperado), já sabemos onde ocorreu a falha.

 

4. Quando se pensa em cortar custos, a primeira área atingida é a de treinamentos

Ainda se tem a ideia que treinamento é custo. TREINAMENTO É INVESTIMENTO! Aquele funcionário treinado cumprirá sua função dentro da organização com menos risco de se acidentar, de gerar acidentes ou de gerar prejuízos materiais e para a imagem da empresa. Já pensou seu cada um fizer sua atividade se não obteve o mínimo de instrução necessária para isso?

 

5. Não existe atualização dos programas de treinamento previstos pela empresa

O tempo passa, novas tecnologias são empregadas, novos riscos são identificados, novos acidentes acontecem, mas os conteúdos, carga-horária e periodicidades dos treinamentos continuam os mesmos. Como podemos capacitar a mão-de-obra se novos conceitos não são abordados e discutidos junto com a equipe? Grande parte dos acidentes ocorrem justamente por desconhecimento dos riscos ao qual o trabalhador estava sujeito, inclusive por ele mesmo.

Além desses, sabemos que existem muitos outros problemas relacionados com a capacitação dos trabalhadores. Sabemos ainda que cada empresa tem dificuldades individuais na execução de treinamentos, mas é sempre importante rever os planos de treinamento e procurar executá-los de forma íntegra, sempre aliando as situações diversas que podem ocorrer no dia-a-dia com os assuntos previstos na capacitação.

 

Autor: Paulo Renato Soares - Eng. Mecânico e de Segurança do Trabalho. Atua na gerência de SMS da Refinaria Abreu e Lima (Petrobras) em Pernambuco, além de realizar cursos e palestras em instituições de ensino e empresas na região. Acesse segvita.webnode.com.pt e fb.com/segvitasst para mais informações.